...e na Folha do Estado desse sábado:

| sábado, 2 de março de 2013
Olha aí, minha gente!! As "bobagens" que a gente diz na internet podem ganhar as páginas do jornal, hein? hahahaha


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É a seca de março torrando o sertão

| sexta-feira, 1 de março de 2013

Hoje é aniversário do Rio de Janeiro, terra do Tom Jobim, mestre da música e compositor de uma das mais belas canções da MPB. Hoje é dia primeiro, impossível não cantarolar "são as águas de março fechando o verão". Tomara que no meu sertão a água chegue mesmo e feche esse verão tão doloroso que tem feito tantas pessoas e animais irracionais penarem. Precisamos nós, sertanejos, parar de cantar, ao invés da versão original de Tom Jobim, a feita pelo poeta paraibano Jessier Quirino, afinal e infelizmente tem sido "a  seca de março torrando o sertão".

É pau, é pedra, é o fim do caminho / É um metro, é uma légua, é um pobre burrinho / É um caco de vida, é a vida, é o sol / É a dor, é a morte, vindo com o arrebol.

É galho de jurema, é um pé de poeira / Cai já, bambeia, é do boi a caveira / É pé de macambira invadindo a cocheira / É vaqueiro morrendo, é a reza brejeira.

É angico, é facheiro, é aquela canseira / É farelo, é um cisco, é um resto de feira / É a fome na porta, é um queira ou não queira / Na seca de março, é a fuga estradeira.

É o pé, é o chão, é a terra assadeira / É o menino na mão e mais dez na traseira / É um Deus lá no céu, Padre Ciço no chão / É romeiro rezando dentro de um caminhão.

É um filho disposto partindo sozinho / No sul com a esperança, é um novo caminho / É o pai fatigado, é a mãe a lutar / É a cacimba distante, é a lata a pingar.

É carcaça de bicho, é o mandacaru / É o mau cheiro chegando, é o vôo do urubu / É barriga de vento, é o corpo na rede / É anjinho morrendo, é a sede, é a sede.

É o canto agourento daquela acauã / É o vôo da asa-branca no sol da manhã / É a seca de março torrando o sertão / É promessa de vida, é a nova eleição.

É doutor deputado, é doutor coroné / É um pão, é uma feira, é um remédio no pé / É um poço, é uma pipa, é um cantor, é uma fã / É a troca e o troco, é depois de amanhã.

É a seca de março torrando o sertão / É a promessa devida da outra eleição / É a seca de março torrando o sertão / É a promessa devida da outra eleição.

É pau, é pedra, é o fim do caminho.

[Faixa do CD Prosa Morena]
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