Pareço jovem, mas sou do tempo que a axé music nem se chamava ainda axé music e tinha belíssimas composições. Tá! A parte do "pareço jovem" está meio sem sentido, porém, vamos ao que interessa. A-DO-RO as músicas do Luiz Caldas. Desde o primeiro LP, que tínhamos em casa e que todos os parentes e amigos tinham também. Era o som das festas de fim de semana. Dançávamos de "Fricote" a "Lá vem o guarda (guarda)". Eu tentava dançar a "lambada francesa" de "Mademoiselle (O La Ou Té Yé)" e fazia força pra entender "Bervely Hills". Porém, uma música que me acompanhou por anos foi "É tão bom". Música grava com a participação de Caetano Veloso, sempre era usada como motivação e momento de confraternização pelas pedagogas que trabalharam com a gente. Som de infância, de adolescência, de vida adulta. De vida, enfim. Afinal, é tão bom quando a gente se entrega a beleza, se sente em total realeza com a natureza e o amor...
O sabiá no sertão Quando canta me comove, Passa três meses cantando E sem cantar passa nove Porque tem a obrigação De só cantar quando chove* Chover chover Valei-me Ciço o que posso fazer Chover chover Um terço pesado pra chuva descer Chover chover Até Maria deixou de moer Chover chover Banzo Batista, bagaço e banguê Chover chover Cego Aderaldo peleja pra ver Chover chover Já que meu olho cansou de chover Chover chover Até Maria deixou de moer Chover chover Banzo Batista, bagaço e banguê Meu povo não vá simbora Pela Itapemirim Pois mesmo perto do fim Nosso sertão tem melhora O céu tá calado agora Mais vai dar cada trovão De escapulir torrão De paredão de tapera** Bombo trovejou a chuva choveu Choveu choveu Lula Calixto virando Mateus Choveu choveu O bucho cheio de tudo que deu Choveu choveu suor e canseira depois que comeu Choveu choveu Zabumba zunindo no colo de Deus Choveu choveu Inácio e Romano meu verso e o teu Choveu choveu Água dos olhos que a seca bebeu Quando chove no sertão O sol deita e a água rola O sapo vomita espuma Onde um boi pisa se atola E a fartura esconde o saco Que a fome pedia esmola** Seu boiadeiro por aqui choveu Seu boiadeiro por aqui choveu Choveu que amarrotou Foi tanta água que meu boi nadou*** *Zé Bernardinho **João Paraíbano ***Toque pra boiadeiroedit
Nada entrega mais a idade que revelar a sua novela
preferida. “A Gata Comeu”, de 1985, está na minha lista das melhores novelas
que a Globo já produziu. Lembro de detalhes do elenco e das cenas, das músicas
nacionais e internacionais de sua excelente trilha.
E eu, além de viajar pelo Rio de Janeiro assistindo a
novela, sonhava em fazer parte do clubinho de crianças que aprontavam todas. E eu já achava Danton Melo lindo...
Hoje o blog ganha uma música extra. "Louvor a Chico Mendes", cantada por Simone, era a música brasileira que mais me emocionava em 1989, quando morei em Belém do Pará. O Brasil, e principalmente a região Norte, chorava o assassinato de Chico, o seringueiro. A música fala de uma Amazônia que clamava e cada vez mais clama por atenção. Fala de um homem do povo que foi assassinado por interesses dos inimigos do verde. Falava de alguém que hoje Marina Silva iguala à "elite". Oi? Publico a música aqui e, quem tiver o contato da presidenciável, manda o link pra ela, por favor? Vai que ela se lembra do antigo companheiro e de suas causas, né?
Como eu disse ontem, fui ao show do Guilherme Arantes no Shopping Pátio Higienópolis e voltei mais encantada ainda com os sucessos deste que é um dos maiores cantores e compositores do Brasil. Mas vamos a hoje: Desafio cada um de vocês.
Duvido que haja alguém que nunca tenha gostado de outro alguém
que não merecesse ser gostado.
Se você já se livrou de um “gostar desperdiçado”, meus
parabéns!
A postagem de hoje antecede um encontro inédito. Faltarei à
aula de ética e legislação para assistir ao show (que, acredito, será pocket)
do cantor Guilherme Arantes. Ele se apresenta à noite no Pátio Higienópolis, perto daqui de casa, em comemoração ao aniversário do Shopping.
Guilherme Arantes é daqueles artistas de músicas atemporais,
imortais. Escreve para criança, canta para adultos. Fala de meio ambiente, de
política e principalmente de amor.
Minha escolha de postagem certamente não será cantada logo
mais à noite, mas é a que eu mais gosto de toda a sua obra. Afinal, tem que ser
muito sensível para entender que uma mulher só modifica seu jeito de amar
quando tem um motivo doloroso.
Lembro de ouvir “Lágrimas de uma mulher” entre as mais
tocadas nas rádios no comecinho dos anos 90. Desde lá, ela sempre me tocou.
E não! Eu não prometo fazer selfie com o cantor mais tarde.
Atire o primeiro par de tênis Conga quem não curtiu essa
música nos anos 80. Rasgue as notas de dinheiro do Banco Imobiliário quem não a
conhece.
As meninas consideradas mais “pra frente” adoravam cantá-la.
Algumas jurando que o refrão dizia “eu sofri, sempre fri, eu sofri demá-áaaais”.
Eu, na minha humilde ignorância juvenil, não sabia patavinas de inglês, mas
entendia que aquele free indicava
liberdade.
Afinal, uma pessoa que tinha o pai surfista profissional e
transava muamba, só podia viver solta pelo mundo, né?
Fiquemos hoje com a voz da queridíssima DulceQuental.
Conheci na voz de Maria Bethânia quando esta música fez
parte da trilha de A Indomada.
“Onde estará o meu amor” é daquelas músicas que me fazem viajar.
Não sei por onde, nem sei pra onde, mas sei que a alma sai um pouco do corpo e passeia
por um lugar cheio de amor.
Sábado é dia de feijoada, de cerveja, de farra e, para
muitos, dia de faxina em casa.
Atire o primeiro espanador quem não faz a limpeza da casa
ouvindo música.
Tenho amiga que fazia faxina ao som de Julio Iglezias, pois
ela é chique desde a adolescência. Tenho amigos que a faziam ao som de Roberto
Carlos. Repertório não falta quando chega a hora e vez do balde, vassoura e
pano de chão. Portanto, duvido que alguém tenha seu dia de borralheira em silêncio!
Falando nisso, eu, naquele tempo, me perguntava: deve amar
muito um cara que, mesmo sabendo que a mulher não é mais “moça”, mesmo assim implora pra
ficar com ela, né?
Agepê, você era um homem que via muito a frente do seu
tempo. Ainda bem que hoje a experiência no currículo é o que vale mais.
Ladrões de celular* têm 4 mãos. Duas, agarradas ao próprio corpo, são ágeis, leves, traiçoeiras, bandidas. As outras duas são parte do corpo de quem compra celular* roubado. Podem não ser tão ágeis e leves. Talvez até por falta de coragem e oportunidade, mas são também traiçoeiras e bandidas. Bandido quem furta, quem toma, quem rouba. Bandido também quem compra "mais barato". Pense nisso quando for adquirir por qualquer "cem conto" algo que alguém comprou de forma honesta. *Trocar a palavra celular por qualquer outro artigo que você já tenha perdido devido a maldade de alguém.edit
O que mais se parece com um programa de calouros que esta
música de Jessé?
“Porto Solidão” é, segundo minha lembrança – não confundir
com estatística – a canção mais lembrada pelos cantores amadores quando querem
impressionar a plateia e os jurados. Acho que só perde para as internacionais
de Whitney Houston e Mariah Carey.
Exige fôlego, exige grito, exige equilíbrio e exige além: interpretação
da letra, tão verdadeira e tão profunda.
O Brasil perdeu Jessé cedo, aos 41 anos. Lembro da comoção pública
em sua partida no ano de 1993. Mas, para nossa sorte, os artistas são imortais.
Não é do meu tempo, pois nasci depois da morte de Dalva de
Oliveira. Mas sou uma apaixonada pela biografia e obra desta que foi uma das
maiores cantoras do Brasil. Inclusive, penso em estudar a história de Dalva e
sua relação de amor, ódio e intriga com Herivelto Martins e apresentá-la em meu
TCC, pois a imprensa da época teve grande culpa pelo desfecho das histórias.
De tantas músicas que ela imortalizou, esta que trago hoje é
uma que nos faz imaginar o quanto de sofrimento e desespero ela levava em seu
coração quando sua separação se tornou pública. Ser mulher nunca foi fácil e
naquele tempo era menos ainda.
Já falei aqui do meu orgulho de ser nordestina? Acho que já e
praticamente todo dia. E quando a música feita no Nordeste sai da nossa região
e ganha vozes, arranjos e acordes fora de casa? Aí meu orgulho dobra.
Conheci as Chicas no Som Brasil dedicado ao imortal
Gonzaguinha, que é pai de duas das quatro cantoras do grupo. Na ocasião, elas
cantaram o clássico “Eu apenas queria que você soubesse” ao lado de Simone. Não
escolhi esta versão para hoje, pois, em se tratando de Simone, ainda não decidi
qual música postar aqui, pois ela cedeu sua linda voz a lindas interpretações.
A que ofereço a vocês hoje é “Espumas ao vento”, música que
já ganhou versões com os mais variados artistas. Desde Flávio José, forrozeiro
paraibano de Monteiro que bota todo mundo pra dançar, a Elza Soares na trilha
do filme Lisbela e o Prisioneiro.
Começo a semana lembrando do gringo mais brasileiro que conheço. Quem tem mais de 30 não deve desconhecer as músicas deste simpático e twitteiro cantor e compositor. Ritchie é responsável por muitas das melhores músicas das trilhas sonoras das novelas dos Anos 80. Entre tantas canções que fizeram e ainda fazem sucesso, a minha preferida é esta: "Voo de Coração". Eu me perguntava, naquela época: será que um dia vou ter um computador e memórias nele? Quem nunca se imaginou fazendo o coro "coraçãããããããão! coraçãããããããão!" do final da música?
Não sabia o que fazer, pois não tinha muito a ser feito. Domingo
era sempre assim, e quem não estava acostumado?
Desde 1995, a música “Domingo”, dos Titãs, surgem na minha
cabeça em dias como hoje. Quando eu tinha 19 anos, morava em Feira de Santana. Encontrava
os amigos, tomava cerveja, cantava junto com os que tocavam violão, ia ao Cine
Timbira ou Cine Íris, terminava o dia no Aqui&Acolá e a semana recomeçava. Esta
rotina era “o não ter o que fazer” na cidade.
Hoje, moro em São Paulo, cidade com mil opções de segunda a
segunda. E, por ter opção demais, “não sei o que fazê-er, não sei o que fazer”...
É o dia mais difícil sem uma máquina do tempo pra reviver o
passado.
Não que meus sábados atuais sejam ruins, longe disso. E nem
que eu sinta, através da música, saudade de alguém. Mas é que os sábados já
vividos deixaram marcas inapagáveis.
Lembro das tardes de violão na praça do Conjunto Centenário,
em Feira de Santana. Pelos passeios nas praças do Pará. Das rodas de cerveja e
prosa pelas cidades da Bahia, de Pernambuco, da Paraíba. Lembro principalmente
dos amigos que frequentam o Bar da Celpe, em Arcoverde. José Augusto não é de
lá, mas, certamente, o Nordeste é uma das regiões na qual ele tem mais fãs.
Ouvir a voz dele é rever a abertura da novela Barriga de Aluguel – Coraçãããããão, diz pra miiiiim, porque é
que eu fico sempre desse jeitúúúúúú...
Que tal encerrar a semana ouvindo conselhos de quem sabe o
que diz?
Tenho certeza que você conhece alguém que fala muito e age
pouco. Que age nada e diz que age muito. Alguém que diz ter bens, mas no fundo
não tem nem com o quê pagar a conta do pão na chapa da padaria da esquina. Alguém
que veste marca, mas a reputação não tem a palavra “caráter” na etiqueta.
Pois. Vinícius e Toquinho já me avisava, desde minha
infância, que “o homem que diz ‘dou’ não dá, porque, quem dá mesmo, não diz”.
“Coitado do homem que
vai atrás de mandinga de amor”
E já que a minha última postagem falou
em Zé Ramalho, esta contém uma grande cantora que foi sua esposa. Amelinha, que
saiu do Nordeste na década de 70 para estudar Comunicação no Sudeste e ganhou
as paradas musicais no comecinho dos anos 80 com clássicos como “Frevo Mulher”
e “Galope Rasante”, ambas cantadas até hoje nos carnavais e festas juninas da
vida.
1. Acredito ser o maior título de
música que conheço. Acredito até que, apenas o título, contenha mais letras do
que muitos “sucessos” que tocam nas rádios hoje em dia;
2. A letra, lindíssima e rica em
história, não é de Zé Ramalho como se pensa. É do poeta repentista, pernambucano
de São José do Egito, Otacílio Batista. Zé a musicou;
3. Ouvi-la me faz lembrar de
um casamento que assisti por engano – sim, por engano. Painho havia sido
convidado para uma cerimônia na Catedral da Matriz de Feira de Santana, porém,
por falta de atenção ao convite, ficamos esperando a noiva entrar na Igreja Senhor dos Passos. Entrava gente noiva, saía gente casada e nada de aparecerem os
que a gente tinha ido ver. Foi quando Painho disse: vamos ver se a noiva certa é
essa que vai entrar agora, se não for, vamos pra festa e esperamos o povo lá.
Foi quando os presentes se
calaram, levantaram-se e a noiva começou a entrar. Ouvíamos sair das caixas de
som: “numa luuuta de gregos e troiaaaanos
por Helena, a mulher de Menelaaaau”. Rolou um constrangimento geral, todo
mundo se entreolhando. Quem peste é que casa ao som de “Mulher nova bonita e
carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor”? A noiva baixou a cabeça, voltou
para a porta da igreja de mãos dadas com o pai e começou tudo de novo, porém
com a canção certa.
Um dos maiores orgulhos que trago
desde aquele longínquo 29 de outubro de 1976 é o de ter nascido nordestina. Outro
orgulho é de ter crescido ouvindo a boa música produzida na região. E mais
orgulho ainda por saber que a música que meus conterrâneos fizeram e ainda
fazem se tornam eternas pela qualidade.
Claro que não sou bairrista a
ponto de achar bom tudo produzido no Nordeste. Há coisas descartáveis e muito
ruins, mas quem é que há de não ter respeito por Zé Ramalho? Ouvi diversas das
minhas músicas preferidas compostas e gravadas por ele, foi difícil chegar a
uma só. Porém, “Beira-Mar” é das que ouço mil vezes sem deixar de descobrir um
novo verso que me chame atenção.
“Há
peixes que lutam para se salvar daqueles que caçam num mar revoltoso e outros
que devoram com gênio assombroso as vidas que caem na beira do mar. É na beira
do mar...”
Uôu uôu! A Rádio Rock voltou! É, eu sei que a volta da 89 não é novidade. Mas é que esse jingle gruda no juízo da gente. Porém, só estou falando dela aqui para justificar e dar o crédito por esta imagem que vi hoje no Facebook da rádio.
Ontem eu falei que, se eu tivesse
que escolher ser outra pessoa, gostaria de ser a Marisa Monte.
Hoje, a suposição muda. Se eu tivesse
que viver de uma forma mais, digamos, “alternativa” e a escolha fosse possível,
adoraria voltar no tempo e conviver uns dias com os Novos Baianos. Não sei se teria
coragem de dividir com eles os alucinógenos e fumegantes artifícios utilizados
para ver o mundo tão colorido quanto eles viam naquela época – ou veem ainda,
quem sabe?
Quando alguém me pergunta: se você pudesse ser outra pessoa,
quem seria? Eu sempre penso em Marisa Monte. Sério! Eu queria ser ela.
Imagina a pessoa que vos escreve com aquela voz e aquela
versatilidade?
Marisa é a única cantora da qual comprei todos os discos. Alguns,
mais de uma vez. É uma daquelas que não sei qual a música preferida. No máximo,
conseguiria listar as cinco preferidas de cada disco e olhe lá.
Porém, para postar aqui, escolhi uma que foi gravada no
México. Sim, porque, quem é bom na arte que faz, arrasa no Brasil e fora dele.
Nesta música, Marisa Monte foi convidada pela cantora Julieta Venegas para
cantar “Ilusion”. A faixa faz parte do DVD acústico lançado pela MTV. Uma
lindeza de dar gosto!
“...e ela se foi porque
eu a deixei. Por que eu a deixei? Não sei. Eu só sei que ela se foi...”
Hoje é domingo e Dia dos Pais. Dia de lembrar do meu querido pai Jeneci que tá
lá em Pernambuco, na nossa terra, no nosso sertão. Dia de sentir mais saudade
do que o normal. Dia de pensar na cerveja e no churrasco lá no sítio. Dia de
ouvir música nossa.
Dia também de escolher uma entre tantas músicas que conheci
através de Painho. A ele devo muito do meu (bom) gosto musical. A ele devo a
honra de colecionar amigos verdadeiros, a paciência de aturar os nem tão
verdadeiros assim e o desprendimento de deixar ir e manter longe, sem odiar,
aqueles cuja companhia não vale a pena.
Por tudo e por ele, escolho hoje a música “Conselho ao filhoadulto” do nosso amigo poeta-repentista-prefeito Sebastião Dias. Homenageio
também meu sogro, Sr Manoel, que virou um pai desde que eu me uni ao filho
dele. Tenho certeza que, mesmo ele não conhecendo a música, deu estes sábios conselhos a Cláudio – para a minha sorte.
E, sim, eu sei que “estando perto ou distante não me deixa
um só instante, porque, de SEMPRE em diante, além de pai é meu amigo”. Te amo, Painho!
É claro que tem! Som, quando é do bom, tem cor de final de
semana, de alegria, de saudade. E o som da baiana A Cor do Som tem muito destas cores.
Como gosto de todas – eu disse TODAS – as músicas que o
grupo lançou, passeei pelo YouTube para resolver qual escolheria. Me deparo,
então, com esta relíquia: A Cor do Som no Cassino do Chacrinha.
O que mais tem cor de sábado do que isso? Para meus contemporâneos,
as tarde de sábado eras dele, do Velho Guerreiro.
Clique e confira: A Cor do Som cantando “Dentro da minha
cabeça”. Ah! E o Chacrinha fazendo coro!
Quem, assim como eu, tem mais de 30 e sempre gostou de uma
cervejinha com os amigos após o expediente, não bebeu algumas – ou todas – ao som
de voz e violão num barzinho qualquer?
E o que mais se parece com um barzinho, um banquinho, uma
voz e um violão do que “Dia Branco” de Geraldo Azevedo? Porém, não foi esta a
música que escolhi para hoje.
Escolhi “Canção da Despedida”, também de Geraldo. Eu lembro
de ouvi-la sempre com Elba Ramalho no vocal, mas, ao ganhar de presente o disco
Minha História, uma dessas coletâneas
que viraram mania quando o CD foi popularizado, ouvi o próprio Geraldo falar
sobre o impedimento em gravá-la.
E, se eu já a achava bonita, passei a achá-la
necessária em tempos de reis mal coroados que não querem o amor em seus
reinados, pois, eles sabem, não vão ser amados. E, graças ao YouTube, trago para vocês a música e sua história.
Para mim, uma das mais lindas vozes do planeta. Quando pensei
em Maria Bethânia, não consegui escolher uma música preferida. Então, sintonizei
na Nova Brasil FM e pensei: a primeira música de Betha (íntima!) que tocar, eu
publico no blog. E aí uma força de cima deve ter influenciado na programação da
rádio neste momento, afinal, quem não rezou a novena de Dona Canô?
“Reconvexo” me levou direto para minha adolescência. Me fez
lembrar das manhãs de sábado e domingo, quando a Nordeste FM, rádio feirense,
tinha (ou, não sei, ainda tem) o programa Mesa
de Bar, meu preferido.
O Mesa de Bar
era dedicado à música baiana, no tempo que a música baiana escutada pela massa tinha
poesia sem deixar a dança de lado. Arrocha nem sonhava em ser inventado;
pagodeira, nem pensar. “Quebradeira” até existia, mas era mesmo a situação dos
nossos bolsos em tempos de inflação e insegurança financeira.
E, ao ouvir “Reconvexo”, a vinheta da Nordeste veio à minha
cabeça!
“O ritmo do seu fim de
semana é aqui: MESA DE BAAAAAAR!”
Além de exercitar minha escrita, exercito aqui a memória. Escolher
uma música por dia me faz viajar por várias delas e principalmente pelas
lembranças que elas trazem.
A música de hoje é “Como nossos pais” do Belchior. Este bigodudo
que anda bem sumido, tanto do país quanto da mídia, mas que nos deu de presente
o Anunciação, um dos discos mais bem
conceituados da música popular brasileira e lançando no ano que eu nasci.
E antes que você procure no Google a data de lançamento para
saber a idade que eu tenho, eu digo logo: o ano é 1976. Agora faça as contas.
“Já faz tempo, eu vi você na rua. Cabelo ao vento, gente
jovem reunida. Na parede da memória esta lembrança é o quadro que dói mais...”
Escolhi “Travessia”, do Milton Nascimento, como a música para
o segundo dia.
Lembro de ouvi-la no LP do Festival no qual ela foi lançada.
Foi cantada por Milton em 1967, nove anos antes de eu vir ao mundo. Porém, no
começo dos anos 80, eu a escutava e ficava pensando: o que levaria uma pessoa a
querer se matar por amor? Por isso, sempre gostei mais da segunda estrofe, pois
ali narrava uma volta por cima.
“Vou seguindo pela vida me esquecendo de você. Eu não quero
mais a morte, tenho muito que viver. Vou querer amar de novo e se não der não
vou sofrer. Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver.”
Há tempos vejo crescer a tendência de postar, ao longo de
100 dias, uma foto de um momento inesquecível. O movimento tem o nome de
#100happydays. Ou, em português, #100diasfelizes.
Pensando nisto, crio hoje o
meu #100MPBs. É uma forma de reativar meu blog e, pensando além, documentar
momentos, histórias e impressões que cada uma destas 100 canções deixaram em
mim.
Para começar, não podia ser outra. “Pra não dizer que não
falei das flores”, de Geraldo Vandré, é a primeira música popular que me vem à
mente quando penso sobre o assunto. Lembro perfeitamente dos anos de 1982 e
1983, da capa do LP, da radiola, da casa na qual morávamos e até dos azulejos
da garagem desta casa.
Mas, a maior lembrança, é de ficar pensado no que, de fato,
significavam aqueles versos.
“Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdido de
armas na mão. Nos quarteis lhes ensinam uma antiga lição: de morrer pela pátria
e viver sem razão”
Pós-graduanda em Mídia e Redes Sociais pela Universidade Anhembi Morumbi
Jornalista formada pela Universidade Nove de Julho
Graduanda também do curso de Letras pela mesma Universidade
Natural de Arcoverde, Pernambuco, e cidadã paulistana desde 2012
Apaixonada pelo bairro da Santa Cecília, onde vivo desde que cheguei à capital paulista
Casada, sem filhos