Por que você veio morar aqui?

| quarta-feira, 6 de julho de 2016
É amor pra vida toda e mais seis meses de garantia
            A frequência diminuiu, mas até pouco tempo, eu tinha que responder a esta pergunta dia sim e dia também. Bastava eu falar uma frase que fosse, meu sotaque era o motivo para alguém perguntar “de onde você é?”. Depois ouvir a resposta sobre a minha origem, vinha a pergunta que dá título a este texto. Por isso, repetirei aqui a história que já contei tantas e tantas vezes.
            Vim morar em São Paulo por causa do amor.

Ohhhh!! Mas como assim existe amor em São Paulo?

            Existe, sim, gente! E é por causa dele que eu canto versos de Belchior que dizem “eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão”. Foi em novembro de 2010 que eu vi “vindo no vento o cheiro da nova estação”.
            Conheci meu marido numa noite de sexta-feira. Eu, em casa; ele, também. Raramente eu estaria longe de alguma farra numa noite de sexta, ainda mais estando em Arcoverde. Nesta época, eu não tinha paradeiro. Vivia entre a Bahia-Pernambuco-Paraíba, quase sempre a trabalho e outras vezes a passeio. Mas um mal estar me pediu que ficasse em casa naquela noite e assim o fiz.            
            Por viver online quase 24 horas por dia, online eu estava. Entrei no Twitter e vi que o cantor Leo Jaime estava subindo a hastag #MeAcende. Eu, diretamente do sertão pernambucano, entrei na brincadeira e twittei o seguinte:
           Não, gente, eu não estava dando em cima dele... só estava mesmo puxando assunto. Porém, o que ele fez? Deu RT no meu tweet e com isso diversos gordinhos bem humorados do meu Brasil passaram a me seguir e alguns vieram falar comigo. Entre eles, um me chamou atenção.
            Era um gordinho simpático – digo simpático de alma, pois no lugar do avatar, tinha um desenho e não uma foto – que morava em Uberlândia, Minas Gerais, e, pelo @, dava a entender que tinha nascido um ano antes de mim. Opa! Sinal verde! Achei que dali podia sair uma amizade. É, gente... amizade! Eu em Pernambuco, o cara em Minas, ia sair o quê?
Nos adicionamos no MSN e no Orkut. Passamos a conversar quase que diariamente e ficamos amigos de fato. Amigos virtuais que sabiam um da vida do outro. Falávamos de tudo e sobre tudo. E, às vezes, dizíamos um ao outro que um dia casaríamos. Claro que falávamos da boca pra fora. Eu já nasci dizendo que nunca casaria, ainda mais com alguém tão distante.
Um ano depois, ele voltou para São Paulo, cidade onde nasceu, e eu fixei minha vida na Bahia por causa do trabalho na Prefeitura de Feira de Santana. Continuávamos amigos e até certo ponto confidentes. Eu sabia quando ele estava saindo com alguém e ele também sabia sobre minhas aventuras. E, em 2012, depois de ter as férias adiadas e a viagem para passar o São João em Arcoverde sem chances de acontecer, decidi, a convite dele, usar umas passagens que eu tinha para vir a São Paulo passear, conhecê-lo e rever meus queridos primos.
E eu vim. Ele, muito gentil, foi me buscar no aeroporto. Nos quatro dias que fiquei aqui, ele me levou para ver a cidade, foi comigo à Jundiaí para visitar meus parentes, me tratou bem, bem demais. Mas bem demais mesmo – se é que vocês me entendem – e voltei para casa apaixonada, deixando-o aqui apaixonado também. Isso foi em junho de 2012. Voltei a São Paulo em julho. E mais uma vez em setembro. E, em outubro, a cinco dias do meu aniversário e com passagens compradas para vir passar aqui com ele, a quem eu já chamava de namorado, a prefeitura onde eu trabalhava me exonerou. Foi o destino atestando que eu viria para ficar.
Se houve um minuto sequer de dúvida? Não.
Se houve um momento de arrependimento? Não.
O que minha família achou disso? Bom... nunca perguntei.
Se eu faria de novo? Sim, sim e sim.
edit

4 comentários:

  1. Que história linda Mary! Daria uma novela global fácil hein? Hehehe ❤ Parabéns ao casal, a vocês todo o amor do mundo 😘

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    Respostas
    1. Estamos esperando a Netflix nos procurar para criar uma série exclusiva hahahah
      Beijo!

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